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19 de Abril de 2024

CCJ aprova proibição de algemas nas presas em trabalho de parto

Por unanimidade, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou em decisão terminativa, nesta quarta-feira (1º), projeto de lei (PLS 75/2012) que proíbe a colocação de algemas em presas durante o trabalho de parto.

Publicado por Camila Vaz
há 8 anos

CCJ aprova proibio de algemas nas presas em trabalho de parto

Por unanimidade, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou em decisão terminativa, nesta quarta-feira (1º), projeto de lei (PLS 75/2012) que proíbe a colocação de algemas em presas durante o trabalho de parto.

Apresentada pela senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), a proposta recebeu relatório favorável da senadora Ângela Portela (PT-RR). Se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, o PLS 75/2012 será enviado, em seguida, à Câmara dos Deputados.

Na justificação do projeto Maria do Carmo observou que o uso de algemas pode acarretar riscos à mãe e ao bebê e, inclusive, provocar a antecipação do parto. O argumento convenceu a relatora a recomendar a aprovação da medida.

“As mulheres em trabalho de parto detêm o direito constitucional de não sofrer qualquer tipo de violência, garantindo, portanto, sob todos os ângulos, sua dignidade. Nesse sentido, o uso de qualquer contenção, incluindo as algemas, antes, durante ou depois do parto da mulher presa, deve ser considerado como um grave constrangimento, além de uma violência institucional de natureza arbitrária”, argumentou Ângela Portela.

A relatora ressaltou ainda que a assistência integral à saúde da gestante e do bebê está consagrada na Constituição, que determina ser a proteção à maternidade e à infância um direito social atribuído a todo cidadão, sem distinção de qualquer natureza. A Organização das Nações Unidas (ONU) também tem manifestação contrária ao uso de algemas em parturientes.

Sem alterar o mérito do projeto, Ângela Portela apresentou substitutivo para adequar a redação do texto a normas internacionais que tratam do assunto.

Os senadores Temário Mota (PDT-RR), Marta Suplicy (PMDB-SP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Aécio Neves (PSDB-MG), José Maranhão (PMDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Simone Tebet (PMDB-MS) destacaram a importância do projeto.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Senado

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Santo Deus!! Triste do país que precisa de uma lei para abolir uma prática hedionda dessas do Estado contra a pessoa humana! Vergonha de que seja assim...
Parabéns aos parlamentares (notadamente as mulheres, mas não só) que movimentaram essa correção de um absurdo de conduta como essa. Lamento que seja necessário e que tenha demorado tanto. continuar lendo

Não acho que uma situação como esta deveria ser regulamentada por meio de lei. Esta decisão deve ser tomada pelo agente penitenciário que acompanha a detenta, o qual deve levar em consideração a possibilidade de fuga e o risco que o preso oferece às outras pessoas que se encontram no recito.
Só os agentes que acompanham o preso podem chegar a esta decisão, dentro do caso concreto. E, se necessário for, uma única algema, prendendo um dos pulsos da detenta à cama em que ela está, não representa nenhuma agressão insuportável. Principalmente quando se lembra que aquele indivíduo foi afastado do convívio social por alguma razão e não ao acaso. continuar lendo

Proibição muito acertada. continuar lendo

A extensão da capacidade de pensar me leva a imaginar que o contido na barriga é o futuro de mais uma algema. Estarei errado ou é uma possibilidade?. continuar lendo