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19 de Abril de 2024

Plenário do Senado terá banheiro feminino 55 anos após inauguração

Senado realiza reforma para construir um banheiro para mulheres. Até a última sessão de 2015, plenário tinha banheiro só para os homens.

Publicado por Camila Vaz
há 8 anos

O plenário do Senado passará a ter um banheiro para as senadoras em 2016, mais de 55 anos depois da inauguração do prédio do Congresso Nacional em Brasília, em 1960. Durante o recesso parlamentar, que segue até 1º de fevereiro, o Senado realiza uma reforma no banheiro do plenário, que antes era apenas masculino. Após as obras, o espaço original do banheiro dos homens será dividido com um banheiro para as mulheres.

Até a última reunião dos parlamentares em 2015, as 12 senadoras tinham de deixar o plenário para usar o banheiro do restaurante ao lado. As obras de reforma devem ficar prontas antes do retorno das atividades dos senadores, de acordo com a Secretaria-Geral da Mesa do Senado. O contrato para execução da obra prevê um pagamento de R$ 35,8 mil à empresa de engenharia responsável pela obra, escolhida por meio de licitação.

Procuradora da mulher no Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou ao G1 que a inclusão de um banheiro para as mulheres foi uma reivindicação da bancada feminina. “Isso, para nós, é de um simbolismo muito grande, porque estamos mudando a estrutura física da casa pra que receba melhor as mulheres”, disse.

A senadora argumentou que a ausência de um banheiro para as mulheres indicava que elas não eram esperadas no ambiente parlamentar. “Não é um banheiro que vai mudar toda a situação, mas o fato de não ter um banheiro no plenário é um indicativo de que a Casa não foi preparada para as mulheres. E não foi mesmo”, disse.

Apesar de as mulheres serem maioria na população brasileira (51%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), elas ainda são minoria no Senado. Atualmente, as 12 senadoras em atividade representam menos de 15% dos 81 parlamentares.

De acordo com Vanessa Grazziotin, as parlamentares usavam, até o ano passado, o banheiro disponível no restaurante ao lado do plenário. Esse banheiro, segundo ela, também foi adaptado depois da construção do prédio do Congresso – essa reforma ocorreu em 1979, quando tomou posse a primeira senadora eleita, Eunice Michiles.

Na Câmara, onde o número de parlamentares é maior, os banheiros – femininos e masculinos – utilizados pelos parlamentares ficam no chamado “cafezinho”, que fica ao lado do plenário da Casa. A primeira deputada federal, Carlota Pereira de Queirós, foi eleita em 1934. Nessa época, a capital federal ainda era o Rio de Janeiro

Em dezembro, na semana anterior ao início formal do recesso parlamentar – que começou no dia 23 de dezembro –, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou, no plenário, que haveria “obras de recuperação” no banheiro feminino. Por isso, segundo ele, não haveria sessão na semana seguinte. Na ocasião, ele não chegou a especificar do que se tratava a reforma.

Fonte: G1

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9 Comentários

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Se pensarmos como a Lei Maria da Penha vigorou no país, após pressões internacionais e condenações ao Brasil, nada mais compreensível os banheiros só para os homens.

E depois me dizem que o Brasil é uma terra de "deus, família e solidariedade". continuar lendo

Fala sério hein ... esse tempo todo pra construírem um banheiro. continuar lendo

estranho !!!!!
um arquiteto do porte de quem planejou BRASILIA,
comunista ,etc...
nao ter pensado nisso a epoca. continuar lendo

Nada de anormal num congresso historicamente machista, por exemplo temos a Lei Maria da Penha, que após vinte anos de sofrimento da própria Maria da Penha a OEA condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência, portanto, a Lei Maria da Penha não foi fruto do Congresso nacional, mas sim uma imposição.
Outro exemplo é a Lei Áurea, quando quase depois de 100 anos após a Revolução Francesa a Princesa Isabel, com vergonha do resto do mundo, a assinou, porém na pratica o povo hoje encontra-se escravizado pela ilusão de que um salário cumpre a obrigação constitucional de educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. continuar lendo