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24 de Abril de 2024

Os pastores do Congresso

Como as igrejas evangélicas escolhem seus políticos? Qual o segredo da força da bancada para barrar os avanços sociais e garantir privilégios como a isenção fiscal e a concessão de rádios e TV?

Publicado por Camila Vaz
há 9 anos

Por Andrea Dip

O número de evangélicos no Parlamento cresceu, acompanhando o aumento de fiéis. Segundo os últimos dados do IBGE, que são de 2010, o número de evangélicos aumentou 61% na década passada (2000-2010). Por sua vez, a Frente Parlamentar Evangélica (FPE), encabeçada pelo deputado e pastor João Campos, agrega mais de 90 parlamentares, segundo dados atualizados da própria Frente – os números podem variar por causa dos suplentes – o que representa um crescimento de 30% na última legislatura.

A mistura de política e religião é a marca da atuação dos pastores deputados. Campos, por exemplo, é presidente da Frente Parlamentar Evangélica, autor do projeto de lei apelidado de “cura gay” e defensor destacado da redução da maioridade penal, como a maioria da chamada “bancada da bala” – em 2014 ele recebeu R$ 400 mil de uma empresa de segurança para sua campanha. Cavalcante ex-diretor de eventos do pastor Silas Malafaia, seu padrinho na fé e na política, é presidente na Comissão Especial que trata do Estatuto da Família.

Encorajada por Eduardo Cunha, que assumiu a presidência da Câmara dizendo que “Aborto e regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver”, a bancada evangélica tem conseguido levar adiante projetos extremamente conservadores, como o Estatuto da Família (PL 6.583/2013), que reconhece a família apenas como a entidade “formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”, que deve seguir para o Senado nos próximos dias. A PEC 171/1993, que usa passagens bíblicas para justificar a redução da maioridade penal, também foi aprovada na Câmara e aguarda análise do Senado, sem previsão de votação. O próprio Eduardo Cunha é autor do PL 5.069/2013, que cria uma série de empecilhos para o direito constitucional das mulheres vítimas de violência sexual realizarem aborto na rede pública de saúde. Esse está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Também foi nesta legislatura que a bancada conseguiu barrar o trecho que trata do ensino da ideologia de gênero nas escolas no Plano Nacional de Educação.

Ainda segundo os dados fornecidos pela FPE, a maioria dos parlamentares pertence a igrejas pentecostais: a Assembleia de Deus é a que mais congrega esses fiéis, seguida pela Igreja Universal do Reino de Deus, que tem como figura de destaque o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Também tem representantes no Congresso as igrejas Sara Nossa Terra e a Igreja Quadrangular.

Como acontece com os partidos na política, os membros também trocam de denominação. Eduardo Cunha recentemente trocou a Sara Nossa Terra pela Assembleia de Deus, onde já estavam os colegas João Campos e Marco Feliciano. Entre os membros das protestantes históricas estão Jair Bolsonaro (batista) e Clarissa Garotinho (presbiteriana).

Nos gabinetes

A Frente Parlamentar Evangélica [FPE] tem exercido um papel muito importante em contribuir com o processo legislativo porque ela priorizou algumas bandeiras que são relevantes para a sociedade brasileira como, por exemplo, a defesa da família tradicional”, diz João Campos, que recebeu a Públicaem seu gabinete de número 315 no anexo IV da Câmara, após muitos dias de negociação com seu assessor. “Outra bandeira nossa é a defesa da vida desde a concepção, os direitos do nascituro, a proibição do aborto, do infanticídio, os direitos da mulher também, mas principalmente os direitos do ente humano que está sendo gerado. Temos uma postura clara a favor da reforma política, sobre a reforma tributária e sobre a violência que tem inquietado a sociedade”, continua o deputado.

O segredo do sucesso? “A gente atua a partir desses temas, e isso faz com que a Frente seja ouvida no Parlamento. A Frente nem é a que congrega o maior número de parlamentares, mas é uma das mais ouvidas. Porque não é a quantidade, é a atuação dela”, diz com orgulho. Pergunto sobre sua trajetória política e religiosa, em que momento as duas se misturam. Ele me conta que aos 16 anos já era líder de jovens em sua igreja (Assembleia de Deus) e há quase 20 foi ordenado pastor. Também fez carreira na Polícia Civil de Goiânia. Começou como escrivão de polícia, se tornou delegado, participou de greves – “sempre fui muito ativo”, diz. Passou a atuar na classe, foi presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, até que “naturalmente” se candidatou a deputado federal. “Eu sempre exerci liderança na igreja e na segurança pública. E essas duas vertentes apoiaram minha candidatura e me elegeram”, resume Campos, 53 anos, atualmente no quarto mandato como deputado federal. Quando pergunto se a igreja tem sido um ambiente fértil para a formação de líderes políticos, ele desconversa: “A igreja tem ocupado um espaço e se colocado mais na política tendo ela própria como referência”.

Sua colega de bancada evangélica, Clarissa Garotinho (PR), é uma jovem deputada federal que tem política e religião no pedigree. A filha dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho é da Igreja Presbiteriana, como todos de sua família. E, como fez a mãe, todas as vezes que seu pai, Anthony Garotinho, mudou de partido, ela o acompanhou “mesmo a contragosto”, confessa. E não foram poucas vezes: o radialista de sucesso começou a carreira política no PT, depois foi para o PDT, para o PSB, PMDB e PR.

Clarissa fala do jogo da política com a naturalidade de quem viveu isso em casa desde pequena, mas faz questão de dizer que nunca foi pedir voto em igreja. “Visitei algumas igrejas quando me convidaram, mas não foi o foco da minha campanha.” Descreve o início de sua carreira política como a de líder estudantil que se tornou diretora da UNE e foi eleita vereadora – a contragosto do pai, sublinha. “Nessa época, eu tinha me formado em jornalismo e fiz estágio com a Xuxa no programa dela a convite da Marlene Matos. A Marlene me convidou para ir para um programa na rádio Globo, eu já era gerente comercial da empresa dos meus pais, e ele não queria que eu entrasse na política. Dizia que a vida dos políticos ficava muito exposta, que dava muita dor de cabeça. Comecei a campanha sozinha, eu e a juventude do partido. Pensava: ‘Meu pai foi governador, minha mãe foi governadora, eu não posso perder uma eleição de vereadora porque, se eu perder, eu vou estar comprometendo o nome deles”, conta.

De vereadora Clarissa passou a deputada estadual e em 2014 foi eleita deputada federal com a maior votação obtida entre as mulheres. Sobre sua atuação na bancada evangélica, ela diz que só participa das atividades quando acha necessário. “Quando houve algumas manifestações na parada gay que satirizaram a imagem de Cristo. Nesse ponto, a bancada reuniu inclusive católicos. Quando tem alguma causa que a gente entende que precisa se unir, eu participo das reuniões.”

Pergunto sua opinião sobre o aborto, e sua expressão se fecha: “Tem temas que para nós não são negociáveis. Eu sou contra o aborto”. Sem que eu pergunte, emenda: “Mas você quer saber do Cunha? Eu não apoiei o Eduardo Cunha para presidente da Câmara só porque ele era evangélico. Não basta ser evangélico e eu presbiteriana para eu votar se acho que a postura dele como político não é boa pra representar a Câmara e não é boa para o Brasil. Fui uma das poucas deputadas evangélicas que não votou nele. Fizeram reuniões com os membros da bancada pra apoiar, mas eu não participei. Não gosto do estilo dele de fazer política. Ele usa chantagem pra conseguir vantagens, é o chanteageador geral da República. O Eduardo é considerado um deputado muito temido aqui. Dizem que ele é vingativo, que tem um temperamento difícil. E ele ainda tem muito apoio aqui apesar dos escândalos”.

E o que querem os políticos evangélicos?

Mais do que os temas morais como aborto, violência, drogas e sexualidade, são os interesses institucionais que unem a bancada evangélica segundo os pesquisadores. “A conquista de dividendos para as igrejas como a manutenção de isenção fiscal, a manutenção das leis de radiodifusão, a obtenção de espaços para a construção de templos e a transformação de eventos evangélicos em culturais para obtenção de verbas públicas estão nesse páreo”, explica Bruna Suruagy. Paul Freston dá um exemplo: “Na época da Constituinte, teve a questão do mandato do Sarney, do quinto ano. Para conseguir esse quinto ano, ele comprou muita gente no Congresso. A moeda de troca para muitos pentecostais era uma rádio, coisas ligadas à mídia”.

Um estudo realizado pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser) em 2009 mostrou que de 20 redes de televisão que transmitiam conteúdo religioso, 11 eram evangélicas e 9 católicas. Apenas a Igreja Universal controla mais de 20 emissoras de televisão, 40 de rádio, além de gravadoras, editoras e a segunda maior rede de televisão do país – a Rede Record.

Larissa Preuss, autora da tese de doutorado “As telerreligiões no telespaço público: o programa Vitória em Cristo e a estratégia de mesclar evangelização e preparação política”, destaca a enxurrada de pastores eletrônicos na televisão brasileira nas décadas de 1980 e 1990. “O RR Soares é o mais antigo, está no ar desde o fim dos anos 70, e o Silas Malafaia entra em 1982. Ele é quem fala mais explicitamente sobre política na televisão, apesar da maior articulação política ser da Universal”, lembra.

A pesquisadora conta que estudou os programas de Malafaia de 2014 para entender a relação de seus discursos com as eleições. “Ele assume que existe uma briga política e deixa claro que quer influenciar e por isso não se candidata. Ele fala diretamente ao público, mas também fala muito aos líderes religiosos, tanto que Malafaia dá cursos de formação de pastores em locais como a Escola de Líderes da Associação Vitória em Cristo (Eslavec) e está construindo um império, hierarquizando igrejas dentro da Assembleia de Deus, que não tem essa cultura. O Malafaia se coloca no lugar do profeta, que é aquela autoridade que unge o rei e denuncia o sacerdote, e isso é muito forte. Ele incentiva os líderes a influenciar seus fiéis para que Deus possa agir na política.”

A hipótese de Larissa é que os pastores midiáticos migram para a política justamente para garantir as concessões de radiodifusão. “Porque as outorgas são ratificadas ou podem ser abolidas pelo Congresso. Então é uma retroalimentação: eles estão na televisão, influenciam a eleição de certos candidatos que vão garantir sua permanência na televisão. A informação hoje é poder. A imagem é uma moeda valiosa. E os evangélicos estão na política como nunca. Basta dizer que o tema da última Marcha para Jesus foi ‘faxina ética’”.

Municipal

E não é só em âmbito federal que a bancada evangélica tem se fortalecido. O número de projetos de leis temáticos também tem crescido entre os vereadores e deputados estaduais evangélicos, que recentemente também barraram a discussão de gênero em planos municipais de educação em várias cidades, incluindo a capital paulista. E não é só isso. A pastora e deputada estadual Liziane Bayer, do PSB do Rio Grande do Sul, protocolou em abril o PL 124/2015, que prevê o ensino do criacionismo nas escolas públicas e privadas do estado. Liziane, cujo slogan de campanha foi “compromisso com a fé, a família e a vida”, conta que começou a se interessar por política e a conversar sobre o assunto no grupo de mulheres de sua igreja. Ela diz que sabe que o projeto é polêmico, mas defende o ensino do criacionismo para dar uma opção aos alunos. “Eu acho o comunismo ruim, mas ele é ensinado nas escolas. O criacionismo pode ser visto da mesma forma, mas, até pra que tu digas que não é correto, tem que saber”, opina.

Em Cuiabá, o vereador Marcrean dos Santos (PRTB) criou um projeto que virou lei para feriado evangélico na cidade (Lei nº 5.940/15); em Itapema (SC), o vereador Mouzatt Barreto (DEM) também criou um PL para obrigar a leitura da Bíblia nas aulas de história das escolas públicas e particulares; em São Paulo, o vereador Carlos Apolinário, que em 2011 conseguiu que a Câmara aprovasse o “Dia do Orgulho Heterossexual”, vetado pelo então prefeito Gilberto Kassab, apresentou um projeto de lei para criar banheiros públicos em restaurantes, shoppings, cinemas e em casas noturnas para gays, lésbicas, bissexuais e transexuais e chegou a declarar que “não é possível minha mãe entrar em um banheiro e encontrar um homem vestido de mulher”.

Em Manaus, a vereadora Pastora Luciana (PP), que prefere ser chamada de pastora – “vereadora é só uma promessa, pastora é pra eternidade” –, é autora de três projetos temáticos: O PL 125/15, que visa autorizar por lei manifestações religiosas como palestras e pregações nos terminais de ônibus da capital com o uso de caixas de som; o 075/15, que propõe a instituição de uma capelania na Guarda Civil Metropolitana, e o PL da Cristofobia, que prevê multas para quem tiver “atitudes discriminatórias em face da religião cristã, palavras e práticas agressivas contra a figura de Jesus Cristo, ameaças, estereótipos pejorativos, induzir ou incitar a discriminação contra a Bíblia Sagrada”. Mas o projeto de lei mais bizarro é do vereador de Santa Bárbara do Oeste Carlos Fontes (PSD). O PL 29/2015 proíbe a implantação de microchips em seres humanos, comparando-os à marca da besta prevista no livro de Apocalipse.


Fonte: APUBLICA

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134 Comentários

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Vou tentar resumir bastante o meu comentário.

1. "Como as igrejas evangélicas escolhem seus políticos?" Do mesmo modo que outros segmentos da sociedade escolhem os seus representantes, ou evangélicos não tem os mesmos direitos dos demais cidadãos, ou seja, de votar e ser votado?

2. Barrar "avanços sociais". De que "avanços sociais" estamos falando? Temas sociais polêmicos, para uns pode ser considerado um avanço, para outros um retrocesso. Então exige um debate, e numa democracia, todos devem ser ouvidos, todos podem debater e discordar, ou será que existe um lado "certo", cuja visão de mundo deve se sobrepor à dos demais, mesmo que os "demais" componham a maioria da sociedade?

3. Isenção fiscal: quanto a isso, vou citar um outro artigo, aqui mesmo do JusBrasil:
"A imunidade tributária (conhecida popularmente como isenção) é para qualquer instituição religiosa, seja evangélica, católica, espírita, budista etc. Não há privilégios ou distinções na Constituição Federal. Assim, uma paróquia ou um terreiro não pagarão o IPTU, bem como não pagará um templo budista ou evangélico etc."
Link: http://adriano-pinheiro.jusbrasil.com.br/artigos/133219083/religiao-impostoseequivocos

Ou seja, sugerir, mesmo que sutilmente, que igrejas evangélicas gozam de um PRIVILÉGIO de isenção de impostos, ao passo que outras religiões não, é, no mínimo, uma desonestidade.

Já sugeri aqui, e vou sugerir de novo, aos prezados autores de artigos do JusBrasil:
Pesquisem e escrevam um artigo sobre os inúmeros trabalhos sociais desenvolvidos por evangélicos, DE GRAÇA, a saber:
a) Com lares para idosos
b) Com orfanatos
c) Com dependentes químicos
d) Com presidiários
e) Com moradores de rua

Não preciso citar os trabalhos específicos, porque não caberia aqui. Com um pouco de boa vontade e uma pesquisa no Google, pode-se verificar o que digo.

PS: Como alguns ainda insistem em bater na tecla que a isenção fiscal é um PRIVILÉGIO das igrejas evangélicas, pesquisei a lei que dispõe sobre isso. Segue:

LEI Nº 3.193, DE 4 DE JULHO DE 1957.

Dispõe sobre a aplicação do art. 31, V, letra b, da Constituição Federal, que isenta de imposto templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social.

Art. 1º À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e vedado lançar imposto sobre templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social, desde que as suas rendas sejam aplicadas integralmente no País para os respectivos fins (Constituição Federal, art. 31, V, letra b)."

Eu pergunto: É só igrejas evangélicas que tem isenção fiscal? continuar lendo

Colocação perfeita. continuar lendo

Parabéns Dr. Ivanil Agostinho. continuar lendo

Concordo com você! Este é um dos artigos mais tendenciosos que li no JusBrasil. continuar lendo

Caro Ivanil.
Seu comentário foi perfeito. Parabéns. continuar lendo

João Luiz e demais, obrigado pelas palavras, mas não sou Dr. não - rs.
Sou da área de TI, estudo Teologia, mas gosto bastante do bom debate de ideias.
Abs, continuar lendo

Ótimo comentário. Este inicio de mês, foi realizado na Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Quedas do Iguaçu - PR uma palestra para mulheres com uma médica referente ao Outubro rosa, o mês de combate ao câncer de mama, foi um evento aberto a todas as mulheres do nosso município, foi um sucesso, mas o que me chamou a atenção foi nenhum meio de comunicação da cidade e do estado noticiar isso. Isso é papel social da Igreja na sociedade, sem custo algum. Os evangélicos sempre estão contribuindo para o bem estar da sociedade no geral só não vê isso quem não quer.
Outro fator a destacar é a união dos evangélicos elegendo seus representantes. Assim como os trabalhadores sem-terra, os espiritas, os futebolistas, os homossexuais, os professores, os católicos, etc. tem seus representantes lá dentro do Congresso Nacional, os evangélicos também tem, agora se o numero de representantes evangélicos é grande, ai é outra historia, tire suas conclusões! continuar lendo

Perfeito! Concordo com todos os seus pontos de vista. continuar lendo

Parabéns! O senhor está corretíssimo. Esse tipo de artigo é no minimo preconceituoso. Preconceito religioso não é crime? Partido politico, sindicato, etc, pagam impostos? Ah, e quais são os impostos isentos? Todos? Talvez fosse melhor um advogado tributarista idôneo escrever sobre a isenção de impostos no Brasil. E sempre pergunto: porque algumas pessoas se preocupam tanto com o dizimo, ofertas e doações para as obras das igrejas? Por que não se preocupam com o destino que é dado ao dinheiro público, por exemplo. Será que os evangélicos ou até mesmos os católicos dizimistas são completos idiotas? continuar lendo

Sandra Regina, você fala do que não conhece.

Sim, de graça! Orfanatos, asilos, trabalhos com moradores de rua, com dependentes químicos, com presidiários.
Quer que eu cite alguns pra você?
Trabalhos feitos com amor e dedicação por quem quer ajudar o próximo, sem esperar nada em troca.

Agora, vamos lá:
Como você acha que igrejas pagam a conta de luz, telefone, material de limpeza, e salários daqueles que trabalham para a igreja em tempo integral como zeladores, secretárias, e pastores (nem todos os pastores trabalham em tempo integral - visitando os doentes, atendendo os necessitados, etc.) ?
Recebendo ajuda do Governo? Te respondo: com ofertas voluntárias dos membros. Ninguém cobra nada de ninguém,
Oferta quem quer e como pode.

Essas mesmas ofertas mantem os trabalhos sociais que citei acima, bem como missionários que largaram tudo para viver para o próximo na África, Ásia e em comunidades carentes no NE e outras áreas.

Ou você acha que os missionários que largaram tudo para ajudar o próximo, devem morrer de fome? Tem que andar sem roupa? Os filhos não podem estudar?

Igreja, prezada Sandra, não é como ONGs (muitas de cunho progressista) que recebem dinheiro público, ou mesmo partidos políticos que, igualmente, recebem dinheiro público, como também dinheiro sujo, como vimos aos montes todos os dias nos noticiários.

Então, por favor, antes de criticar, conheça, pra não falar o que não deve. continuar lendo

Sandra Regina, aprendi a não falar de uma comunidade que não participo, contribuição é opcional, não obrigatória. Se você participa de uma comunidade que te obriga contribuir, saia fora! Com certeza os carnês de contribuição não vem com código de barras, com data de vencimento e muito menos com data de protesto! continuar lendo

O teor, a quantidade de comentários como os acima e a quantidade de votos à favor, explica muitas coisas sobre o Brasil, sua política, seus políticos e sua sociedade.
De fato, nosso congresso é o retrato da sociedade brasileira...
Mas, paradoxalmente (ou nem tanto), incluindo os comentaristas daqui, todos acham que a política está ruim.
Será que óbvio está assim tão difícil de ser visto? continuar lendo

Com todo respeito, a muito tempo é inadmissível essa imagem que tentam construir de que a Igreja é generosa e proporciona benesses à comunidade e merece imunidade tributária.

Que importa se o nome é imunidade ou isenção? O fato é que o negócio mais lucrativo desse país é ter/"administrar" uma Igreja. Quantas provas mais os senhores precisam de que muitas igrejas são utilizadas escandalosamente como meios de enriquecimento às custas de pessoas fragilizadas ou em situação social precária? Precisam de mais notícias de movimentações milionárias de pastores em contas no exterior?

Não é porque a igreja que VOCÊ frequenta não é assim que as demais não praticam esse tipo de expediente.
Enoja-me essa militância que chega a defender Eduardo Cunha e outros poderosos que se impulsionam na religião em sua busca por poder.

TODAS as prestações que o senhor diz que a igreja presta são de responsabilidade do Estado, então que retire-se a imunidade das igrejas e devolva essas atribuições a quem de direito.

O pior é que estes parlamentares pouco preparados de fato barram avanços sociais. O senhor nega, mas sabe como votam esses indivíduos?
Pois é, quem acompanha as votações de projetos vitais sabe bem.
Votam estritamente pela religião, o que é inaceitável.

Se sua crença é que não é moral praticar a conduta X simplesmente não a faça, não tente criar um projeto de lei que a proíba.

Sinto-me inconsolável ao ver essa massa conservadora que invade nosso país. continuar lendo

Guilherme, você leu a parte da minha argumentação que cito que a isenção fiscal é para TODAS as instituições religiosas?

Quer citar "negócios lucrativos"? Então vamos falar do Petrolão, do Mensalão e por aí vai. Muitos desses corruptos fazem parte de partidos dito progressistas, de cunho esquerdista, e que enriquecem a cada dia com desvio na casa dos bilhões.

Quanto à certos líderes religiosos terem más condutas, isso não é novidade porque, em todas as áreas da humanidade, há pessoas bem e má intencionadas.
Generalizar é um caminho correto e coerente?

Quanto à massa conservadora a que o senhor se refere, ela não está invadindo o país, ela é maioria no país.

Fico me perguntando: quem são os radicias, os extremistas, os intolerantes? São os conservadores ou aqueles que, como o líder do PCB, que disse um dia desses que se deve "FUZILAR" os conservadores? continuar lendo

O seu primeiro ponto é, de certa forma, estranho. Ao atestar uma normalidade, atesta também, o problema. Se está mais do que conhecido a péssima capacidade de escolha do eleitor, que leva corruptos e todo tipo de representante vendido ao congresso e às casas legislativas, e vc atesta que as igrejas, de forma genérica, escolhem da mesma forma seus representantes, então concordamos que ambos, os demais grupos e as igrejas escolhem errado. A minha divergência, de fato, está: os critérios são diferentes e variam de acordo com o nível de fé e de subjugação das questões da vida à bíblia. Desta forma, diferentemente do cidadão religioso liberal que vota em lobo que abocanha o estado, o evangélico conservador votará no lobo que abocanha o estado e tenta abocanhar a vida alheia. E, pelo que estamos vendo, é justamente este último setor que vem avançando, sendo neste o fomento político dos pastores para abocanharem controle. Então, no final do produto, lavado seu sofisma, é fácil perceber que assim como seu zé ali da esquina não escolhe seu representante da mesma forma que eu, a igreja não escolhe como o resto da sociedade. Os interesses de cada variam muito os critérios de seleção.

Quanto ao debate, correto quanto a concepção básica, mas mais uma vez um sofisma. Não há debates efetivos de nenhum dos lados. O statu quo não irá compor naquilo que acha repugnante e os oprimidos ou defensores não irão abdicar da luta por aquilo que considera seu direito. Não adianta dizer que haverá composição e que, chamados ao debate, o grupo evangélico ou católico não taxará o outro lado como errado.Taxa como se só um lado praticasse o que falou. Faltou chamá-los de intolerantes.

Não é bom o fim da isenção/imunidade fiscal porque os que realmente sofrerão com seu fim serão as pequenas religiões e igrejas. No todo, só lembro do Jabuti do Eduardo Cunha para que igrejas como a do RR Soares não pagassem milhões em multas em face do não recolhimento das contribuições sociais sobre os valores milionários pagos aos seus pastores e da imersão monstruosa do comércio, mediante uso da interpretação do STF sobre a imunidade (inclusive anunciaram a venda de chips telefônicos da assembléia de Deus para o "Povo de deus" se comunicar). E não diga que as demais igrejas se beneficiaram, porque somente as evangélicas estavam na malha-fina e foram interpolar com o presidente da Câmara.

Acreditar que o trabalho social de inúmeras igrejas não é remunerado, não recebe subsídio ou auxílio do estado, notadamente quando a prestação social vem de grandes igrejas ligadas à deputados distritais e vereadores religiosos é balela. Antes de comentar poderia procurar, rapidamente, nos sites dos governos, notadamente no interior, os valores, imóveis e outros benefícios concedidos pelo Estado. A única ação louvável ocorre, somente, nas pequenas igrejas. Nas demais, a repercussão social, por exemplo, é ínfima comparada com o montante que uma seita, que prega a bondade e tudo mais, gasta em termos de manutenção de canal de TV, templos enormes, rádios, vendas de produtos e serviços comerciais, tais como Nossa TV (que inclusive já lançou em seu próprio site que trabalho social é função estatal), editoras, empresas de confecção de móveis, manutenção de televisões, carros, fazendas, iates... continuar lendo

"Que importa se o nome é imunidade ou isenção? O fato é que o negócio mais lucrativo desse país é ter/" administrar "uma Igreja. Quantas provas mais os senhores precisam de que muitas igrejas são utilizadas escandalosamente como meios de enriquecimento às custas de pessoas fragilizadas ou em situação social precária? Precisam de mais notícias de movimentações milionárias de pastores em contas no exterior?"

Você confunde a instituição com uma organização criminosa. Não sei se essa confusão acontece também com as ONGs, sindicatos e movimentos sociais. Ah!, nesses casos, pagam os frágeis, os médios e os fortes.

"TODAS as prestações que o senhor diz que a igreja presta são de responsabilidade do Estado, então que retire-se a imunidade das igrejas e devolva essas atribuições a quem de direito."

Certo!, e ele exerce bem esse papel. Devolva!

"Se sua crença é que não é moral praticar a conduta X simplesmente não a faça, não tente criar um projeto de lei que a proíba."

Não é tão simples assim; a questão é saber o que é moral que também deva ser imperativo. Senão, é só chegar alguém e dizer que matar é moral e, portanto, não pode ser proibido. continuar lendo

A ideia seria cobrar tributos de todas as Instituições religiosas! Sem isentar ninguém. Isentando somente as fundações e demais entidades ligadas com a religião. Igrejas evangélicas, como qualquer outra religião ou culto, merecem o total respeito, pois são extremamente necessárias para milhares de pessoas. O extremismo, infelizmente, as vezes é exaltado como no texto acima. O fato é, que podemos ter um país progressista com ou sem religiões, o problema nunca esteve na religião, mas na falta do debate, da troca de ideias. É um erro dizer que a religião é o mal do mundo, bem como é um erro dizer que somente ela salva! continuar lendo

Ivanil, boa noite.

Tenho uma pergunta para você e gostaria, se possível, que respondesse.

O que você pensa dos líderes religiosos que usam o evangelho para obterem lucros multimilionários e que compartilham com os pobres muito pouco do arrecadam, pois escolhem gastar a maior parte do dinheiro que arrecadam nas Igrejas para viverem com luxo e na opulência? continuar lendo

Parabéns Ivanil Agostinho, pelo seu perfeito comentário...Não devemos admitir artigos cheios de preconceito como este. Só uma informação, àqueles que são a favor deste artigo. Os evangélicos vão crescer mais, na política e em quantidade... continuar lendo

Os pontos que trouxe são relevantes.

O que aqui se destaca não é a "discussão" de temas polêmicos. Me parece que o poder dessa bancada é, cada vez mais, imponente, sendo assim, é mais impositivo do que argumentativo. Demagogia para alegrar o coração das massas!

Já disse isso em alguns tópicos que falavam desses senhores. Um Estado Evangélico não será diferente do Estado Islâmico ou o que foi a Idade Média sob o domínio da igreja Católica. Quando Estado e religião começam a se fundir pregando a "justiça divina" há opressão e dissolução de direitos.

Jesus morreu por pessoas religiosas ligadas a política. continuar lendo

Norberto, bom dia.

Você me perguntou:
"O que você pensa dos líderes religiosos que usam o evangelho para obterem lucros multimilionários e que compartilham com os pobres muito pouco do arrecadam, pois escolhem gastar a maior parte do dinheiro que arrecadam nas Igrejas para viverem com luxo e na opulência?"

Respondo: Penso que são lobos vestidos de pastores, como sepulcros caiados conforme o próprio Jesus se referia aos líderes religiosos de sua época, notadamente, os fariseus. Por fora, tudo muito bonito, mas por dentro, podridão.

Penso que essas pessoas são embustes, indignos do Evangelho do Senhor Jesus, e se, de alguma forma, escaparem da justiça dos homens, de modo algum escaparão da justiça divina.

Pra concluir minha resposta, digo que Jesus já advertiu os seus seguidores de que viriam muitos falsos profetas e enganariam a muitos.

Também vou te fazer uma pergunta e peço que responda, se possível:
O que você pensa dos líderes políticos progressistas, que afirmam lutar pelos pobres, que usam esse discurso populista/demagógico de que luta pelas "classes dominadas", para obterem lucros multimilionários e que compartilham com os pobres muito pouco (ou nada) do arrecadam, pois escolhem gastar a maior parte do dinheiro que arrecadam, através dos nossos impostos e de dinheiro advindo de negociatas e corrupções, para viverem com luxo e na opulência?

Um abraço, continuar lendo

"Vou tentar resumir bastante o meu comentário":

O Estado é LAICO! continuar lendo

Sim, Márcio.... e a bola é redonda. continuar lendo

Ivanil, boa tarde.

Em relação a pergunta que o sr. formulou para mim, penso que muitos líderes políticos usam discurso de esquerda para angariar votos, mas ao assumirem o poder, governam como se fossem de direita, enriquecendo poucos em detrimentos de muitos, além de se envolverem em escândalos de corrupção. Para mim, políticos que agem dessa maneira são mentirosos, que estão interessados apenas em seu próprio interesse, buscam apenas satisfazer suas próprias conveniências. São verdadeiros criminosos.

Nas mesmas palavras mencionadas pelo sr., se escaparem da justiça dos homens, de certo que não escaparão da justiça divina. E só para deixar claro, não tenho partido político nenhum e também não tenho religião definida. Me defino como cristão. continuar lendo

De graça? As isenções são exatamente para que isso aconteça, caso os isentados não cumpram com seu fim social podem perder essa isenção.
E não esqueça de informar que os fiéis de todas as religiões, especialmente católica e evangélica contribuem com o dizimo... Portanto nenhuma religião faz nada de graça, todas recebem subsídios, seja de seus Seguidores, ou do Município, ou do Estado, ou da União. Se não em espécie (moeda corrente) o recebem com os trabalhos voluntários. continuar lendo

"De graça?"
Sim, de graça. Ninguém cobra a sopa que é distribuída aos moradores de rua; ninguém cobra nada à uma família que precisa internar seu filho numa clínica de recuperação de dependentes químicos, e por aí vai.
Todavia, é um direito seu não acreditar.

"As isenções são exatamente para que isso aconteça, caso os isentados não cumpram com seu fim social podem perder essa isenção."
Não é isso que diz a lei. Vejamos:

"LEI Nº 3.193, DE 4 DE JULHO DE 1957.

Dispõe sobre a aplicação do art. 31, V, letra b, da Constituição Federal, que isenta de imposto templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social.

Art. 1º À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e vedado lançar impôsto sôbre templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de assistência social, desde que as suas rendas sejam aplicadas integralmente no País para os respectivos fins (Constituição Federal, art. 31, V, letra b)."

E olha que interessante! A lei contempla com a isenção fiscal:
a) imposto templos de qualquer culto
b) bens e serviços de partidos políticos
c) instituições de educação e de assistência social

Aí, eu te pergunto: o que partidos políticos fazem pelo próximo? Inclusive partidos de esquerda que vivem dizendo "lutar pelos pobres", o que eles fazem "de graça"? Pode me responder?

E ONGs que, igualmente são isentas e ainda recebem subsídios do Estado? Quantos desvios de finalidade acontecem em ONGs?

Aí você vem criticar a questão do dízimos e ofertas VOLUNTÁRIAS das igrejas.
Ora, faça-me o favor!
Dizima quem quer. Oferta quem quer.
Ou alguém já te obrigou a entrar numa igreja e dar 1 real que seja? A mim, nunca.

Igrejas, Ana, ao contrário de partidos políticos e ONGs, não recebem ajuda estatal, então vão fazer o quê para pagar suas despesas de manutenção, funcionários, etc.? Plantar uma árvore e esperar nascer dinheiro? continuar lendo

Parabéns Ivanil Agostinho... a maldade destas pessoas com com suas sutilezas e pseudo informações tentam maldizer ao trabalho dos cristãos é de dar nojo. continuar lendo

Concordo com você, Ivanil. Há um certo desespero de alguns grupos por causa do crescimento da Igreja e da representação política evangélica. Estes desesperados querem que fiquemos alheios às questões políticas e não defendamos os princípios que são aceitos pela maioria dos cidadãos brasileiros, independente de religião. Pensam que todos podem lutar pela que acreditam, menos os religiosos. Essa pregação que "política não coisa para crente" não cola mais. Todos temos direito de discutir os diferentes assuntos que afetam a nossa sociedade. continuar lendo

Eis o problema: são pastores deputados e não deputados pastores.

A crença é algo do indivíduo, mas a política decide os rumos do país. continuar lendo

Basta que a população não eleja eles. continuar lendo

Eis o problema: só é democracia, quando nossa vontade é feita. Quando é a vontade do outro sendo feita (mesmo que seja a da maioria), como no caso da eleição de pastores, é ditadura fascista... continuar lendo

Ao invés de honrar um cargo político e por em prática lições louváveis que a religião pode trazer, fazem a partir de ditames confeccionados por eles próprios ... infelizmente a população ainda é extremamente ignorante e boa parte é incapaz de separar as duas ocupações. continuar lendo

Sou evangélico mas essa "bancada" não me representa. Sinto vergonha de pessoas que se promovem usando da fé, ignorância e inocência das pessoas. continuar lendo

Igreja e Estado, uma união que não deu certo. Vide a idade média, também conhecida como idade das trevas, quando a Igreja Católica Apostólica Romana estava no comando do mundo. Agora, o lider da ONU fala que o bispo de roma é uma autoridade moral, músicos, artistas, e até mesmo o congresso e o presidente dos Estados Unidos o recebem como lider da humanidade.
Não o elegi. Reparando bem, ele é um autoritarista, na definição do termo.
Dai de Deus o que é de Deus, e dai a Cesar o que é de Cesar. Aí está o ensino de Cristo. Separem-se o que é santo (sacro, separado) do que é desde mundo, poder político. continuar lendo