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19 de Abril de 2024

Milhões de imagens retiradas de redes sociais são encontradas em sites pedófilos

Imagens inocentes são partilhadas em páginas de cariz pedófilo com comentários sexualmente explícitos e perturbadores.

Publicado por Camila Vaz
há 9 anos

Milhes de imagens retiradas de redes sociais so encontradas em sites pedfilos

Uma foto na praia com os pais, um registo da primeira festa de aniversário com primos e irmãos a celebrar, um vídeo de uma tarde de divertimento no parque infantil. Imagens inocentes como estas são partilhadas por vários milhares de pais nas redes sociais ou em blogues. Recebem “gosto” e algumas vezes acabam por ser partilhadas por familiares e amigos. São vistas por várias pessoas e facilmente passam pelos olhos de pedófilos. Um relatório de uma instituição australiana concluiu que dezenas de milhões de fotografias publicadas em páginas como o Facebook ou Instagram foram encontradas em sites de partilhas de cariz pedófilo.

A inocência da fotografia da criança mantém-se, mas os comentários que a acompanham quando são publicadas nestes sites são fortemente sexuais e perturbadores. Toby Dagg, investigador do Children's eSafety Commissioner, instituição australiana que se dedica à observação da segurança dos menores online, atira um número imponente para mostrar a gravidade desta realidade.

Num dos sites de partilha de material pedófilo detectado pelas autoridades foram encontradas 45 milhões de imagens e “cerca de metade desse material parecia ter como fonte directa uma rede social”. Algumas das fotografias encontradas estavam armazenadas em pastas com títulos como os amigos do Instagram da minha filha, miúdos na praia ou ginastas, por exemplo.

Ao Sydney Morning Herald, o comissário da instituição, Alastair MacGibbon, explicou que “muitos utilizadores identificam claramente que obtiveram os conteúdos através de contas em redes sociais”. “As imagens são quase na maioria acompanhadas por comentários muito explícitos e perturbadores”, acrescentou o responsável, sublinhando que a inocência de uma imagem é completamente distorcida pelos predadores sexuais infantis.

Alastair MacGibbon dá como exemplo um site descoberto há dois anos que alojava 100 fotografias. Entre estas havia imagens de crianças em férias, a fazer os trabalhos de casa ou a abrir os presentes de Natal, fotografias que tinham sido catalogadas pelos próprios pais com a descrição do que os seus filhos faziam e publicadas de forma inocente nas redes sociais ou em blogues. Segundo o comissário, cerca de dez dias após o site ter ficado activo, as fotografias tinham sido vistas 1,7 milhões de vezes e comentadas com frases sexualmente explícitas.

“Quando publicamos qualquer coisa online, não importa onde seja, perdemos o controlo sobre ela. Pais que partilham muito são uma peocupação, porque não têm qualquer ideia sobre onde essas imagens vão parar e muitos pais não bloqueiam as suas contas da mesma forma que os jovens fazem.” A observação é da especialista em cibersegurança Susan McLean, que ao Sydney Morning Herald afirmou que os pais são muitas vezes menos conhecedores dos perigos online do que os seus filhos.

Susan McLean deixou o alerta: "Se é um utilizador voraz das redes socias, se vive a sua vida vorazmente através dos seus filhos online e usa sites de partilha de fotos ehashtags, tem de compreender que essa foto vale alguma coisa para alguém e pode ser para um propósito de que não vai gostar."

Recentemente, o Tribunal da Relação de Évora centrou uma decisão na questão da insegurança e privacidade online de uma menor, cuja custódia estava a ser disputada pelos pais. O tribunal impôs que os pais da criança de 12 anos não divulgassem “fotografias ou informações que permitam identificar a filha nas redes sociais”.

Além de a Relação sublinhar que “os filhos não são coisas ou objectos pertencentes aos pais e de que estes podem dispor a seu belo prazer” e que os "pais devem proteger os filhos" e "têm o dever de garantir e respeitar os seus direitos”, alertou para os perigos da exposição de menores em redes sociais representados por “muitos predadores sexuais e pedófilos”.

“O exponencial crescimento das redes sociais nos últimos anos e a partilha de informação pessoal aí disponibilizada” permite que os que “desejam explorar sexualmente as crianças recolham grandes quantidades de informação disponível e seleccionem os seus alvos para realização de crimes”, conclui a Relação no acórdão de Junho deste ano.

O alerta para os perigos online da partilha de fotografias que identifiquem menores e os coloquem numa situação de fragilidade perante estranhos foi alvo de umacampanha lançada em Agosto pela PSP."A melhor forma de o proteger é evitar que apareça aqui para sempre. Não publique caras de crianças, não mencione nomes e locais, não arrisque aqui: a decisão é sua", apelou a polícia no âmbito da iniciativa.

Questionando se “será mesmo necessário publicar fotos com as caras das suas crianças de forma ostensiva”, a PSP apelou ao “bom senso e ao conhecimento que deve prevalecer na hora de publicar uma foto”. “A escolha é sua: sugerimos apenas que não o faça de forma ostensiva e que verifique bem as suas definições de segurança e privacidade.”


Fonte: UOL

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Prezada Camila, parabéns pelo conteúdo e alerta.

Não é novidade, casos de alguns famosos e nem tantos, circularem na internet de forma explicita, criminosas ou não, mas estão a disposição para quem quiser vê-las.
Alerta aos pais, cuidado com o que seus filhos postam nas redes sociais, tenham as senhas de acesso, pergunte-se, seu filho tem idade para ter facebook entre outros?
Sejam cautelosos, não cedam a chantagem emocional; " meu minha amigo (a), tem por que eu não posso?
Nós somos responsáveis pelos nossos atos, a frase, só cabe aos pais.
Depois, chorar ou arrepender-se, custará muito, no mínimo dinheiro e no máximo a imagem do seu filho (a) circulando em sites pedófilos ou pornográficos.
Todo cuidado é pouco. continuar lendo

Muito boa a matéria. continuar lendo

Os pais, precisam ter sempre cuidado com seus filhos. As redes sociais, são vistas e acessadas por milhões de usuários em todo o mundo. continuar lendo

Não entendi o propósito da reportagem. Estes pedófilos estão ligados a algum tipo de crime? continuar lendo