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18 de Abril de 2024

O que o Brasil está esperando? Argentina põe fim às restrições para gays doarem sangue

Publicado por Camila Vaz
há 9 anos

Argentina pe fim s restries para homossexuais doarem sangue

Após mais de uma década de campanha da comunidade LGBT, a Argentina revogou a proibição de que gays e bissexuais doem sangue no país.

Com a medida, aprovada na semana passada, nossos vizinhos se juntam a países com o México, Cuba, Peru, Nicarágua e Chile, que baniram as proibições expressas para que homossexuais e bissexuais sejam doadores.

Com a mudança nas regras, passam a ser priorizados o estado de saúde e as condições clínicas do doador, no lugar de sua orientação sexual. No caso do Brasil, os gays são considerados pessoas com "comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis". Assim, um homossexual casado há trinta anos, por exemplo, é considerado tão propenso a contrair HIV quanto um heterossexual que faz sexo com múltiplos parceiros e sem camisinha.

No Brasil, portarias do Ministério da Saúde tratam como "inaptos temporários" à doação homens que tiveram relações com outros homens. A medida foi adotada na década de 1980, auge da epidemia de AIDS, e ainda segue vigente. No entanto com testes de HIV cada mais mais modernos e precisos, ativistas afirmam que a exclusão éantiética e sem justificativa científica. De acordo com as regras vigentes, um gay pode ser considerado "apto" para a doação caso fique um ano sem ter relações sexuais.

De acordo com o Ministério da Saúde da Argentina, com o fim da proibição, o sistema nacional de sangue do país se torna mais "seguro, solidário e inclusivo" e coloca fim a uma longa história de discriminação institucional contra a comunidade LGBT.

Em Buenos Aires, o trâmite para doar sangue já havia sido modificado em julho, quando foi eliminado o pedido de dados sobre a identidade de gênero, vida pessoal ou sexual dos doadores.

"É uma grande alegria poder dar esse passo rumo à igualdade e à não-discriminação", afirmou Esteban Paulon, presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros.

Atualmente, cerca de 50 países proíbem gays de doarem sangue, incluindo os Estados Unidos.


Fonte: BRASILPOST

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21 Comentários

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Sou ser simples e direto: Não está escrito na testa de ninguém se uma pessoa é gay ou teve relações homossexuais, portanto é muito fácil mentir e enganar. E que eu saiba, ser gay não é sinônimo de ser contaminado, apenas representa um grupo de risco diferenciado, diferença hoje praticamente inexistente.
Assim sendo, essa proibição é vazia de conteúdo, não se sustenta na lógica e deve ser desativada.
O sangue contaminado pode vir de qualquer indivíduo, seja ele bem ou mal intencionado e portanto deve ser inspecionado e o resultado desse procedimento é que deve ser considerado para qualquer seleção.
Vamos lá, Brasil? continuar lendo

Simples: "grupos populacionais com comportamentos que os expõem a um risco maior de infecção pelo HIV, como homossexuais, prostitutas e usuários de drogas".

Conforme site: http://www.aids.gov.br/página/aids-no-brasil continuar lendo

Fabiano,
Sem entrar no mérito, (pois a exposição maior provavelmente esta correta) isso de alguém não poder doar por uma probabilidade xyz, só faz sentido se lidamos com probabilidade de que os devidos testes não serão feito né? Ninguém esta livre de ter AIDS (por decreto) e portanto, qualquer um pode passar o vírus na doação. Se é para não testar um ou outro caso, olhando pela cara do sujeito, não me admira que a transfusão ainda seja uma causa de transmissão. continuar lendo

Milton,
O fato de existir o impedimento para um determinado grupo de risco visa também proteger os responsáveis pela coleta, pois terão contato direto com o doador.
Sabemos de diversos casos de acidente durante a colheita do material.
Se você soubesse que pode receber um sangue contaminado, também seria grato por não correr um risco desnecessário. continuar lendo

Prezado Fabiano,
o que se critica é exatamente o fato do Ministério da Saúde classificar homossexuais, pelo simples fato de assim o serem, como considerável grupo de risco, ainda mais sendo certo que, nos últimos anos, as mulheres heterossexuais tem se tornado o grupo mais vulnerável à infecção e à transmissão do vírus HIV (vide: http://goo.gl/LUyoWa).
De qualquer forma, ainda que os homossexuais, prostitutas e usuários de drogas entrem na quarentena de um ano exigida pela portaria ministerial, o tratamento dado ao material doado é o mesmo daqueles não considerados como provenientes de "grupo de riscos", ou seja: o sangue é submetido a rigorosos exames e testes de controle prévio, antes de serem disponibilizados aos bancos receptores (ex vi da Portaria 2.712/13/MS).
Se todos os materiais coletados são - em absoluto - submetidos a este procedimento, porque impor aos homossexuais uma exigência "maior"? Aliás, como bem explicado pela autora do texto, um homossexual de relacionamento estável com parceiro único não teria menor chance de contrair/transmitir o vírus do que um heterossexual de vida sexual "desregrada"? E por que somente ao primeiro é imposta determinada exigência?
Como se vê, não há explicação, senão por uma via discriminatória (e, pelo seu gabaritado currículo, vejo que entende desta parte).
Apenas para colaboração.
No respeito, cordial abraço. continuar lendo

10,5% não é pouca gente
http://oglobo.globo.com/política/hiv-ja-infectou-105-da-populacao-masculina-gay-maior-de-idade-aponta-pesquisa-2992620 continuar lendo

- Nesse caso, é melhor ver a pessoa morrer? continuar lendo

Esse país é surreal. Tem hora que acho que vivemos em uma realidade alternativa, não é possível tantos absurdos numa terra só. continuar lendo

Podes crer ... por essa eu não esperava ... não tinha o menor conhecimento do fato, pois como tive hepatite não posso doar e então nunca busquei maiores informações.

Isso aqui parece Baixa Idade Média. continuar lendo

Algumas opiniões me fazem pensar que somente os gays fazem sexo. Bem, essa não é a realidade do Brasil que conheço, onde o sexo à primeira vista superou em muito o velho amor à primeira vista. Poderia até arriscar em afirmar que deve existir mais respeito na relação homossexual do que na heterossexual nos dias de hoje.
E quanto ao risco do profissional que coleta o sangue, cabe a ele e a instituição para a qual presta serviços todo o procedimento de proteção ao trabalho. Mas está muito longe do risco se resumir aos homossexuais.
No passado existia uma ligação forte entre ser gay e ser portador do vírus HIV, mas isso ficou no tempo, não é mais assim. A comunidade gay cresceu, tomou lugar no mundo e está aí, convivendo pacificamente com este.
Vamos fazer o mesmo e deixar de vez atitudes preconceituosas como esta, que em nada dignifica um país que se diz democrata. continuar lendo